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Tuesday, August 28, 2007

Desenhos da natureza

Samambaias esmaecidas na parede
Torso da mulher amada nua
Fagulham na minha carne crua

Penugens nas sombras do corpo
Reflexos da paisagem da janela
O sol morrendo no horizonte

Pedras pelas calçadas desfavorecidas
Crianças alegres riscando o chão
Contorno das folhagens densas

Nuvens que vêm e vão
Aproximam-se e afastam-se
Num piscar e retornam a se unir

Luz da lua clareando a noite
Rugas nos rostos sofridos
Brilhos das folhas da palmeira

Fugas das luzes do Sol
Cascas e sulcos das árvores
Caminhos em troncos pela mata

Pedras que anunciam a vista
Folhagens e cactos no rastro
Paredão sólido se anuncia

Suores pelo corpo cansado
Lábios secos, com sede
Maçãs e bananas a alimentar

Sorrisos nos jovens rostos
Certezas dos sentimentos
E uma baía a contemplar

O líder

Rascantes bebidas sobre um manto amarelo.
Dos filisteus, próximo a fidalguia.
Acenava a todos, sereno rosto.
A praça apinhada de gente.
A repetir-lhe o gesto.
Nobre pensar e poliglota.
Murmúrios de paz. Esparsos instantes.
Foi-se o líder.

Friday, August 17, 2007

O amor

Em grandes fachadas, liberadas de ar em mármores lascadas com manchas de cinza antes se impunha o enorme colosso.

Onde agora assoviam os ventos e curvam as pequenas palmeiras. Suscitam o esplendor do caminhar da moça.

O vestido é soerguido num ventilar desavisado. Ela o segura, busca o cabelo no rosto os põe para trás, delineia aos olhos de seu contemplador o pescoço alvo e fino.

Até ali andava despreocupada. Parou para avistar a sacada da construção antiga. Uma casa barroca, e detalhes de curvas e desenhos. O amor lhe invadiu.

Comprometimento

Comprometimento. O que significa exatamente isso?
É estar atento aos seus afazeres. Doar-se, buscar soluções. Vislumbrar o que está por vir. Empenhar-se nas tarefas. Usar de afinco para que tudo saia o melhor possível. Comprometer-se. Pensar, pensar, pensar, trabalhar, trabalhar, trabalhar. Ver além. Se inserir no projeto. Sentir-se envolvido. Dentro do ambiente. Em alguns momentos, “sair” para ter uma visão externa. Enxergar com outros olhos o que se está fazendo. Ajustar. Acompanhar. Estar atento a todos os pormenores. Ir a fundo, ver os detalhes, as entranhas do processo. Mergulhar fundo. Sentir o trabalho como parte de seu corpo, de sua alma. Unir-se, ser um só. Poder estar no meio da confusão, de uma tempestade e mesmo assim ter consciência e serenidade para tomar as melhores decisões. Quando se está verdadeiramente comprometido, a segurança aflora. Os atos já estão definidos só é necessário que alguém os tome para si. Gerenciar o trabalho e a vida.

Saturday, August 11, 2007

Na curva

Grandes fachadas, liberadas de ar, em mármores lascados com manchas de cinza.
Onde assoviam os ventos e curvam as pequenas palmeiras.
Suscitam o esplendor do caminhar da moça.
No seu vestido soerguido num ventilar desavisado.
Ela o segura, busca o cabelo no rosto os põe para trás mostrando o pescoço longo, fino e sensual.
Até ali andava despreocupada.
Parou para avistar a sacada da construção antiga.
A casa branca tem detalhes de curvas e desenhos.
As admira, suaves olhares de carinho e nostalgia.
Lembra agora da tarde em que pararam na janela do Centro e ficavam a admirar o prédio em tons de rosa.
E também a escada suspensa.
Rua escura, local de desejos.
Na curva da vida finalmente encontrou a reta do amor.

B e X

Xagina e Bert Grandão andavam soltos pelo bosque. Era um local branco e com muitos reflexos. Bert estava tenso e endurecido em função da ocasião em que se encontrava. Xagina encharcada, meio que suada pelos mesmos motivos. Cada qual reagia de uma forma diferente, embora em seu íntimo estivessem sentindo a mesma coisa.

Estavam unidos, entrelaçados, envolvidos naquele instante. Sentiam-se intensamente. Eram como um só e apesar do ambiente anterior ser inóspito se sentiam muito bem próximos. Seus odores os atraíam mutuamente. Bert lhe fornecia o calor do seu corpo e Xagina o acolhia e o cobria com a sua manta. E assim ficaram por alguns minutos...

Tuesday, August 07, 2007

Cartas de Amor

Cartas de amor I - Freios

Fê,

meus freios estão enguiçados. Contaminados pelo amor que sinto por você. Pelo desejo eterno. Pelas inúmeras formas de carinho que as tenho pela Fê. O dia em que não enxergar mais o brilho da ternura em meu olhar terás certeza de uma coisa, a minha morte espiritual. Daquela que nunca se recupera.

Meus verdadeiros freios estão contidos nos caminhos que podem te levar a tristeza mesmo que por um segundo. Nesses combato com todas minhas forças, pois se sou feliz agora é porque essa trilha foi me indicada por entidade soberana e sabedora dos meus desejos em trazer harmonia e felicidade entre dois corpos e almas: você e eu.

Beijos e uma inumerável vontade de trazê-la comigo para um mundo feliz e de muito amor, paz e compreensão.

L.


Cartas de Amor II - Mensagens

Fê, minha amada!

És nobre ao compartilhar comigo mensagens tão valorosas e significativas. Daquelas que trazem verdadeiros valores e buscas éticas do ser.

Incutidos em amor verdadeiro, textos tais como esse* são para serem impressos e disponibilizados em cabeceiras para que sempre possam ser consultados quando o rumo por ventura se entortar.

Fê vais vencer por que és linda. Linda como pessoa e de tantos carinhos e sonhos.

"Convence-te de que a vitória espiritual é construção para o dia-a-dia."

Amo-te e sempre estarei contigo para protegê-la. Atento às suas tristezas para que rapidamente sejam convertidas em felicidades e sorrisos.

No fundo de minha humildade, saiba que aqui tens um guerreiro do amor que busca dar aos seus amados, o conforto e o bem-estar espiritual. E que nele se depositam todas as esperanças por uma luta sem fim, mas que a cada batalha culmina no maior dos valores humanos: O AMOR VERDADEIRO.

Beijos, L.


* texto referido:

Não desanimes.
Persiste mais um tanto.
Não cultives pessimismo.
Centraliza-te no bem a fazer.
Esquece as sugestões do medo destrutivo.
Segue adiante, mesmo varando a sombra dos próprios erros.
Avança ainda que seja por entre lágrimas.
Trabalha constantemente.
Edifica sempre.
Não consintas que o gelo do desencanto te entorpeça o coração.
Não te impressiones nas dificuldades.
Convence-te de que a vitória espiritual é construção para o dia-a-dia.
Não desistas da paciência.
Não creias em realizações sem esforço.
Silêncio para a injúria.
Olvido para o mal.
Perdão às ofensas.
Recorda que os agressores são doentes.
Não permitas que os irmãos desequilibrados te destruam o trabalho ou te apaguem a esperança.
Não menosprezes o dever que a consciência te impõe.
Se te enganaste em algum trecho do caminho, reajusta a própria visão e procura o rumo certo.
Não contes vantagens nem fracassos.
Não dramatizes provações ou problemas.
Conserva o hábito da oração para quem se te faz a luz na vida íntima.
Resguarda-te em Deus e persevera no trabalho que Deus te confiou.
Ama sempre, fazendo pelos outros o melhor que possas realizar.
Age auxiliando.
Serve sem apego.
E ASSIM VENCERÁS.

(Psicografado por FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER. Do livro "Astronautas do Além").

Friday, August 03, 2007

Momento Gregório de Mattos

Expressões amorosas a uma dama a quem queria - a Maria dos povos, sua futura esposa.

Discreta e formosíssima Maria,
Enquanto estamos vendo a qualquer hora,
Em tuas faces a rosada Aurora,
Em teus olhos e boca, o Sol e o dia:

Enquanto com gentil descortesia,
O Ar, que fresco Adônis te namora,
Te espalha a rica trança brilhadora
Quando vem passear-te pela fria.

Goza, goza da flor da mocidade,
Que o tempo trata, a toda a ligeireza
E imprime em toda flor sua pisada.

Oh não aguardes que a madura idade
te converta essa flor, essa beleza,
em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada.

Gregório de Mattos




Aos afetos, e lágrimas, derramadas na ausência da dama a quem queria bem.

Ardor em firme coração nascido;
Pranto por belos olhos derramado;
Incêndio em mares de água disfarçado;
Rio de neve em fogo convertido:

Tu, que um peito abrasas escondido;
Tu, que em um rosto corres desatado;
Quando fogo, em cristais aprisionado;
Quando cristal, em chamas derretido.

Se és fogo, como passas brandamente,
Se és neve, como queimas com porfia?
Mas ai, que andou Amor em ti prudente!

Pois para temperar a tirania,
Como quis que aqui fosse a neve ardente,
Permitiu parecesse a chama fria.

Gregório de Mattos

Thursday, August 02, 2007

Soneto de Agosto

Tu me levaste eu fui... Na treva, ousados
Amamos, vagamente surpreendidos
Pelo ardor com que estávamos unidos
Nós que andávamos sempre separados.

Espantei-me, confesso-te, dos brados
Com que enchi teus patéticos ouvidos
E achei rude o calor dos teus gemidos
Eu que sempre os julgara desolados.

Só assim arrancara a linha inútil
Da tua eterna túnica inconsútil...
E para a glória do teu ser mais franco

Quisera que te vissem como eu via
Depois, à luz da lâmpada macia
O púbis negro sobre o corpo branco.

Vinicius de Moraes

Wednesday, August 01, 2007

Encontros

És fonte do meu equilíbrio. Antes de te reencontrar andava trôpego pela noite. O amor não mais existia em meu coração. Tu avivaste a chama do meu ser e do meu tesão, que te confesso estava adormecido. Não desejo outras mulheres, pois sei que é contigo o meu êxtase mais sincero. Não importa quantas irão me assediar, serei sempre seu, assim como tu sempre minha. Sinta em eternidade cada carinho dado quando estou contigo. A distância nos separa, mas, quando juntos somos um só. Fonte de prazer e de alucinações. Transportamos-nos na cama, entramos em sublimação. O céu é testemunha dos nossos suores que invadem o espaço. São encontros mágicos e momentos transcendentais.

O homem que falava com pássaros

Era um homem de poucas palavras, vivia a maior parte do tempo isolado, apesar do bom caráter.

O periquito verdejante lhe trazia as boas notícias, a rolinha faceira as inconfidências e as fofocas, o gavião, imperativo, indica os caminhos. A canarinha branca, o amor e a ternura.

E por fim, o corvo, sinal de mau agoro, foi expulso.